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O que podemos aprender com as estratégias da Coreia do Sul de combate à pandemia?


por Lucas Araújo

No dia 15 de março, a Organização Mundial da Saúde decretou o caráter de pandemia para a Covid-19. Na época, a doença provocada por um novo coronavírus, atingia 170 mil pessoas em 139 países. Nesses dois meses que sucederam a declaração, o vírus continuou sua escalada exponencial e atingiu o maior número de casos diários em 28 de maio. Neste dia foram registrados mais de 117 mil casos da covid-19 em que a metade deles se concentraram em apenas três países, Brasil, Estados Unidos e Rússia[1]. Ao todo, o número de infectados já ultrapassa os 5,8 milhões em todo o planeta.

A trajetória da COVID-19 teve início na China e foi se espraiando para o sudeste asiático seguindo dos primeiros casos na Europa, Estados Unidos e, por fim, atingiu a América Latina e a África. Alguns países já passaram pela fase mais crítica da onda de contágio e agora busca uma forma de voltar a vida o mais próximo do que era antes. O controle da doença nessas localidades se deu pela adoção de protocolos de contenção do vírus com medidas de distanciamento social em diferentes níveis combinado com uma política de testagem para se ter um controle da curva de contágio. Contudo, esses mesmos países se preocupam com a possibilidade de passarem por uma segunda onda e voltar a ter uma nova explosão de casos. Como exemplos pode-se salientar a Coréia do Sul, a China, Singapura, Taiwan e Alemanha.

Essa preocupação com novas ondas de contágio se faz pertinente por já ter sido observado em outras pandemias. No caso da gripe espanhola, ocorreram três ciclos da propagação viral[2]. O primeiro deles se deu no início de 1918 e foi brando sem muitas consequências. Contudo, o vírus passou por um processo de seleção e ficou mais forte assolando as trincheiras da segunda guerra mundial, as cidades americanas mais importantes da época, a Índia, o Oriente e a América Latina. Depois de parecer já ter cessado, a gripe ainda voltou no inverno do hemisfério norte com a terceira onda em janeiro de 1919. Apesar de muitas medidas de isolamento terem sido implementadas em várias localidades do mundo o trânsito de soldados doentes nos campos de batalha da Primeira Guerra Mundial e o retorno dos mesmos para suas casas contribuiu para a disseminação da doença de modo a levar de 20 a 40 milhões de pessoas a óbito em todo o mundo. A gripe suína provocada pelo H1N1 foi outra pandemia que acometeu a sociedade por ondas. A OMS decretou estado de pandemia em 2009 e depois desta data duas outras ondas vieram e geraram o temor de uma doença sazonal. Isso foi afastado a partir da descoberta da vacina que passou a ser aplicada em massa por todo o mundo[3].

O artigo se concentrará nas medidas tomadas pela Coréia do Sul e como ela vem se preparando para os próximos estágios da pandemia, mas também cita o quadro atual de distribuição de suscetíveis[4] da Alemanha.

Como a Coréia do Sul está lidando com a pandemia

A Coréia do Sul teve uma resposta muito eficiente e rápida contra o COVID-19[5] e isso não foi um mero fato do acaso. O aprendizado histórico de epidemias anteriores bem como a ação emergencial do Estado com um plano de vigilância e contenção dos indivíduos que se infectaram fez com que fosse registrado um pequeno número de casos adotando medidas de restrição econômica e de circulação de pessoas bem mais modestas que em outras localidades.

Para entender o comportamento desse país é necessário comentar o que eles aprenderam com a MERS[6] em 2015. Na época, um empresário sul coreano apresentou sintomas febris e respiratórios após uma viagem de negócios ao Bahrein. Ele procurou tratamento médico em algumas clínicas de Seul, mas, foi mandado para casa e depois, após o agravamento para um quadro de pneumonia, passou por internações em dois hospitais. O Bahrein já era considerado pela OMS como uma localidade atingida pela MERS, mas as autoridades de saúde sul-coreanas não se atentaram a isso e consideraram uma pneumonia comum. Quando identificaram a real causa da infecção, já havia ocorrido transmissões locais que atingiram 186 casos, com 38 mortes e mais de 16 mil sul coreanos tiveram que ser colocados em quarentena. O ocorrido causou pânico na população local que se assombrou com a possibilidade de se infectar por uma doença muito letal, consideravelmente mais letal que o novo coronavírus.

A demora na identificação do vírus da MERS em território coreano fez com que ocorresse uma rápida disseminação e a circulação do infectado por vários estabelecimentos de saúde, fez com que o ambiente hospitalar se tornasse um local difusor do surto. Dos 186 casos confirmados com a doença no país, 85 estavam relacionados com algum hospital em que o primeiro paciente havia visitado. As autoridades locais identificaram que seus hospitais não estavam preparados para uma estratégia de isolamento e controle de infectados no caso de surgimento de novas doenças. Ademais, as autoridades identificaram que a movimentação do primeiro paciente em várias unidades de saúde e o não isolamento dos infectados contribuiu para o espraiamento da doença.

O episódio da MERS mostrou algumas fragilidades das políticas de saúde sul coreana e serviu de aprendizado para toda a sociedade no combate da atual pandemia. A partir do primeiro caso confirmado do novo coronavírus, as autoridades e o governo local se mobilizaram em um plano de contingência concentrado no método dos três Ts (testar, traçar e tratar)[7] elaborado à luz do aprendizado com a MERS. Isso demandou uma coordenação de vários agentes interagindo o poder público e o setor privado do país. Assim, em 27 de janeiro, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças da Coréia (KCDC) procurou uma equipe de um laboratório nacional para o desenvolvimento e a produção de testes em massa de baixo custo. Em duas semanas o teste já estava pronto para ser utilizado[8]. O governo sul coreano aprendeu com a MERS que esse deve ser feito o mais instantâneo possível para que se tenha conhecimento da curva epidemiológica sem defasagem temporal e permita agir com mais eficiência. Esta mesma estratégia permite evitar ao máximo as subnotificações e, dessa forma, ter o conhecimento de uma taxa de letalidade mais real para o vírus.

O acompanhamento dos casos (trace) foi realizado com o desenvolvimento de aplicativos que traçava, pelo sinal do celular, onde estavam os indivíduos que testaram positivo, o trajeto que os mesmos haviam percorrido nos últimos dias[9] e os seus contatos pessoais realizados. Os hospitais também já estavam previamente preparados para isolar os pacientes em áreas próprias e evitar a transmissão no ambiente hospitalar. Com o aprendizado da MERS a Coréia do Sul pode implementar políticas importantes na contenção da curva epidemiológica do COVID-19. O rastreamento dos primeiros casos ocorreu com base no acompanhamento dos pacientes que testavam positivo e foi sendo estendido à medida que a doença progredia no país. Hoje, o KCDC já tem mapeado vários caminhos da transmissão do vírus no país e comprovado que um culto de uma igreja local na cidade de Daegu[10] e aulas de danças na cidade de Cheonan[11] foram cruciais no espalhamento do vírus. Essa constatação enfatiza o fato de grandes aglomerações poderem potencializar a transmissão da doença como aconteceu também em outros países no mundo[12].

Até o 30º caso sul coreano, a doença estava controlada, mas, isso mudou com a paciente seguinte. A Chamada Paciente 31, é uma senhora que chegou a um hospital na cidade de Daegu com febre e foi logo testada contra a COVID-19. Seu teste deu positivo. A senhora ainda disse que esteve em um culto e em contato com várias pessoas no fim de semana. Assim, as autoridades coreanas puderam ir atrás dessas pessoas e testar todas elas. Após isso, foi testando toda a cadeia de contato num processo chamado rastreamento de contatos (contact tracing). A partir da paciente 31, foram testadas mais 9.000 pessoas identificadas por uma rede de contatos entre os infectados[13]. Todos que foram identificados com o coronavírus foram isolados com o intuito de quebrar o ciclo de transmissão

A Coréia do Sul adotou paralizações de várias atividades como jogos esportivos, cultos e encontros e reuniões religiosos, atividades militares e aulas para todas as escolas.[14]. Além disso, a sociedade do país aprendeu com o surto da MERS que uma epidemia pode gerar impactos muito danosos para o país e entendeu a necessidade de se isolarem para impedir o fluxo do vírus. Mesmo antes de medidas governamentais, os moradores da cidade de Daegu ficaram em suas casas após o caso da paciente 31 relacionado com um culto[15].  O país não adotou medidas de lockdown total, que implica o fechamento total das atividades econômicas, em nenhum momento, entretanto, o monitoramento dos casos, o grande número de testes e o comportamento das pessoas fizeram com que o vírus pudesse ser contido. As autoridades de saúde já consideram que o pior tenha passado, apesar de se manterem atentas para a possibilidade de uma segunda onda de contágio.

O país teve seu pico entre 29 de fevereiro e 3 de março quando atingiu uma média de 712 casos diários. Já no início de abril não haviam mais casos com transmissão local e isso levou a um plano para a volta das atividades. O clima no país estava tão tranquilo que, em 15 de abril, foi mantida um pleito eleitoral em que 29 milhões de pessoas saíram de suas casas, e, aparentemente não ocasionou um novo surto do vírus. O país apenas veio experimentar um aumento de casos já no mês de maio que estão sendo controlados para não gerar uma segunda onda de contágio. A estratégia adotada pela Coréia do Sul necessita de todo um aparato institucional, coordenativo e cultural que não se constrói da noite para o dia. Assim, em países que não detêm esses recursos, o distanciamento social abrangente e o uso de máscaras[16] continuam sendo ferramentas de suma importância para o combate do COVID-19, como reforça a Organização Mundial da Saúde[17].

A segunda onda

Ainda não existe um tratamento ou uma vacina para o novo coronavírus e a forma mais eficiente para a sua prevenção é evitar a circulação de pessoas infectadas, evitar a transmissão. Apesar da COVID-19 já ter atingido um grande número de casos pelo mundo, ainda está longe de ter contagiado um número de pessoas que pudesse induzir a uma imunidade de rebanho[18]. Alguns países adotaram uma estratégia que buscasse atingir essa imunidade o mais rápido possível, contudo, a alternativa não parece estar funcionando muito bem na prática. A Suécia, um dos exemplos destes países, obteve a maior taxa de letalidade (6,03%) na Europa para a doença na segunda semana de maio. O país já está saindo da fase mais crítica da atual onda, contudo, de acordo com um estudo do governo local, apenas 7,3% da população da capital Estocolmo já teriam adquirido anticorpos contra a infecção dado uma testagem por amostragem. Isso demonstra que a população sueca, assim como em toda a população mundial, continua suscetível a novas ondas de contágio quando se leva em consideração uma possível imunidade de rebanho pelo vírus.

A Alemanha, por sua vez, é um bom caso para observar a possibilidade de novos surtos dado o total da população infectada. O país é considerado como um exemplo em se tratando de testes na população. Para se ter uma noção, a Alemanha, com uma população de pouco mais de 80 milhões de habitantes, testa 4 vezes mais que o Brasil[19]. O país passou pelo pico da sua curva epidemiológica entre os dias 26 de março e 03 de abril em que registrava uma média de 5.980 casos por dia. Para um período recente, entre 21 e 28 de maio, foram registrados uma média 465 casos que apresenta um cenário animador de controle do quadro epidemiológico[20]. Esse comportamento do novo coronavírus na Alemanha fez com que o país pensasse em medidas de reabertura de suas atividades. Já no final de abril, pequenos shoppings centers, teatros, parques e até mesmo o campeonato local de futebol (sem torcida), vem retornando conforme um protocolo rígido colocado pelas autoridades sanitárias do país. Como dito pela primeira ministra, Angela Merlkel, “Estamos sobre gelo fino”, expressando a preocupação com as medidas tomadas e a necessidade de dar passos cuidadosos e sequenciados[21]. Todo esse cuidado faz muito sentido dado que o número de casos confirmados até o momento no país está longe de atingir uma imunidade de rebanho para seus mais de 83 milhões de habitantes. Os 182.196 casos representam pouco mais dos 0,2% alemães atuais. Levando em consideração que nem 1% da população da Alemanha teste positivo nessa primeira onda, o país ficaria muito distante de atingir uma condição confortável e deve manter o estado de alerta para evitar ondas sucessivas de contágio até que seja produzida uma vacina.

O retorno às atividades corriqueiras na Coréia do Sul ocorreu em passos planejados, observando o movimento dos hospitais e continuando o programa de testagem em massa juntamente com o acompanhamento dos casos importados. Além disso, o governo advertiu a população a seguir um protocolo de boa conduta em que mantivessem a distância no dia a dia, podendo voltar a aplicar políticas de distanciamento a qualquer momento. Dentre várias políticas, foi admitido o funcionamento de boates e casas noturnas a partir de 2 de maio na cidade de Seul. Neste mesmo dia um homem de 29 anos, vindo do exterior, visitou cinco estabelecimentos recém-abertos no bairro de Itaewon, entrando em contato com mais de 1.500 pessoas. Após seis dias desse ocorrido esse mesmo homem testou positivo para o novo coronavírus[22]. A partir daí uma série de outros casos foram aparecendo. Entre 9 e 14 de maio, o país contabilizou uma média de 30 casos por dia, que alertaram as autoridades de saúde. Imediatamente, o decreto que permitiu abertura de bares na cidade de Seul foi suspenso e o governo vem repensando endurecer as medidas de restrição à circulação de pessoas a depender da evolução da curva de contágios. Seguindo a metodologia dos três Ts, foi realizado um forte rastreamento desses novos casos e constatou que a maior parte deles estavam relacionados com o que ficou conhecido como o surto de Itaewon. Nos dias, 17 a 21 de maio, foram contabilizados uma média de 17 casos e voltaram a aumentar para uma média de 39 casos entre 23 e 28 de maio. O controle coreano está sendo feito com muita força para não deixar que haja uma nova explosão e evitar um registro de casos em três dígitos. Caso a efetividade dessa ação seja comprovada, o país pode passar a ser um exemplo não só de como controlar a pandemia, mas, também como ter um protocolo rígido de abertura que intercale períodos de maior e menor restrições ao movimento das pessoas à medida que evoluam as infecções.

Considerações finais

No momento estamos no meio de uma pandemia que ainda não parece estar arrefecendo no contexto mundial. Entretanto, alguns países já passaram pelo período mais crítico de uma primeira onda de contágio sendo que a forma como cada um deles passou difere significativamente dada as políticas que foram adotadas pelos governos e a forma que a sociedade aceitou as mesmas. Essa coordenação e interação entre sociedade e o poder público também serão de grande importância para determinar a velocidade e os rumos da recuperação econômica. Como foi colocado, o caso coreano é emblemático e isso se deu por uma estratégia que reúne o aprendizado histórico e um método que combinou agilidade de testagem, rastreamento e tratamento da população. A estratégia da Coréia do Sul combinou elementos de uma coordenação entre vários agentes e a sociedade, tecnologia para rastreamento e testagem além de elementos presentes no país. Outros países como Taiwan, Vietnã[23] e Nova Zelândia também adotaram políticas que geraram resultados eficientes. Neste blog trataremos do caso da Nova Zelândia em um texto no futuro próximo.

Observando o cenário no Brasil, nota-se que o país ainda se encontra em meio a primeira onda de disseminação da COVID-19 e já está em segundo lugar no mundo em número de casos com 438.238. A questão ainda causa muitas preocupações entre notáveis no país e a OMS[24] teme que, em breve, possa ser o epicentro da doença no mundo[25]. Levando em consideração o aprendizado histórico da Coréia do Sul e outros países, o caso brasileiro pode ser tomado com preocupações. O Brasil desenvolveu, ao longo de sua história recente um grande arsenal de combate a epidemias, principalmente, aquelas causadas pelas chamadas doenças negligenciadas[26]. O país tem mais de cem anos de tradição na prevenção e combate de doenças tropicais como a dengue, a febre amarela e, mais recentemente, recebeu elogios de várias autoridades no controle da epidemia de Zika. Isso veio com um grande apoio de instituições científicas em que a suas histórias se confundem com a história da própria ciência brasileira, como é o caso da Fundação Oswaldo Cruz[27] e várias outras instituições de valor nacional. O país também agiu de forma consistente em epidemias respiratórias como foi no caso da gripe espanhola em 1918 e na gripe suína de 2009. Para essa última, foi criado um grande programa de vacinações anuais que ameniza a possibilidade de surtos recorrentes. No tocante às vacinas, cabe ainda dizer que o Brasil possui o maior programa de imunização do mundo tocado pelo SUS, apoiado em sua capilaridade, que permite um bom atendimento em um país de dimensões continentais. Contudo, essa capacitação historicamente desenvolvida não vem sendo aproveitada em todo seu potencial no contexto da atual pandemia e o país caminha para ter uma das maiores taxas de contaminação do mundo, mesmo desprezando a alta subnotificação por carência de testes.

A revista Time entrevistou o ministro da saúde coreano, Park Neung-hoo[28] em 30 de abril e pediu dicas para outras nações que buscam um combate mais eficiente ao coronavírus. O ministro disse que a estratégia deve englobar um sistema de saúde de acordo com a necessidade em que 80% dos pacientes vão demandar pequenos cuidados e 10% atendimentos de mais alta complexidade. Além disso, ele também disse que deve haver um acordo de confiança mútua entre o Estado e a população de modo a promover uma potente vacina já existente, o distaciamento social. Park Neung-hoo também foi questionado se recebia pressões para a volta das atividades econômicas e respondeu que desde que a prevenção da epidemia constitui parte de nossas vidas, ela também é uma medida socioeconômica. Ele ainda disse que a estratégia adotada pelo país permitiu que grande parte dos coreanos continuassem mantendo as suas atividades e reduziu ao máximo o impacto na economia, os isolamentos foram em regiões específicas previamente rastreadas.

[1] Essa constatação foi feita a partir dos dados diários da evolução da COVID-19 publicado pela John Hopkins University assim como todos os dados que serão utilizados aqui para a contagem de casos em países. O Brasil registrou o maior número de casos no mundo em 27 e 28 de maio.
[2] Para mais informações sobre a gripe espanhola e os impactos dela no cenário econômico da época, pode-se consultar o texto referente ao assunto no Blog do Ambiente de Negócios: http://www.blogambientedenegocios-es.com.br/quais-os-impactos-de-uma-epidemia-na-economia-experiencias-a-partir-da-gripe-espanhola-nos-estados-unidos/
[3] ht          tps://super.abril.com.br/saude/pode-haver-uma-segunda-onda-de-covid-19-apos-o-fim-da-quarentena/
[4] Os Suscetíveis de uma população são aqueles que podem contrair a doença. Ou seja, são a população total de um país ou região reduzido daqueles que já apresentam imunidade para a infecção em questão.
[5] A Coréia do Sul teve seu primeiro caso em 20 de janeiro de 2020 e contabilizava 11.142 infectados em 21 de maio. Isso lhe daria uma taxa de incidência de 21,58 casos para cada 100 mil habitantes, considerando a sua população de mais de 51,6 milhões. O país já tem 264 mortes que dá uma taxa de letalidade de 2,37%. O boletim diário do Ideies acompanha a trajetória dos casos na Coréia do Sul e em outros países e pode ser acessado no link: https://findes.com.br/medidascoronavirus/boletinsdoideies/#1589727760734-5ed9e083-05e4
[6] A MERS é uma doença provocada por um coronavírus que apareceu inicialmente no Oriente Médio e tem uma taxa de letalidade muito maior que a COVID-19, chegando a até 40% em certos contextos. Para entender como a Coréia do Sul se comportou no surto de MERS e o que eles aprenderam com esse corona vírus: https://thebulletin.org/2020/03/south-korea-learned-its-successful-covid-19-strategy-from-a-previous-coronavirus-outbreak-mers/
[7] Para a sigla em inglês, Test, Trace and Treat. https://www.cnbctv18.com/healthcare/lessons-from-south-korea-3ts–test-trace–treat-critical-to-fight-covid-19-5771591.htm
[8]https://www.forbes.com/sites/forbesasia/2020/04/05/how-one-firms-covid-19-tests-help-control-the-virus-in-south-korea/#3a74a2125bff
[9]https://www.cnnbrasil.com.br/saude/2020/02/28/apps-relacionados-ao-coronavirus-ganham-popularidade-na-coreia-do-sul
[10] https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2020/04/05/como-uma-unica-mulher-contaminou-5000-pessoas-com-coronavirus.htm
[11] https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/05/20/aulas-de-danca-fitness-espalharam-novo-coronavirus-na-coreia-do-sul-aponta-estudo.ghtml
[12] Dois eventos de grandes aglomerações são considerados chave na trajetória da curva de contágio de Itália e Espanha, respectivamente, um jogo de futebol em Milão (https://globoesporte.globo.com/futebol/futebol-internacional/futebol-italiano/noticia/prefeito-de-bergamo-diz-que-duelo-entre-atalanta-e-valencia-foi-uma-bomba-biologica.ghtml) e uma passeata de comemoração do dia das mulheres em Madrid (https://www.theguardian.com/world/2020/mar/25/how-spain-sat-on-its-hands-as-coronavirus-took-hold).
[13] O gráfico disponibilizado pela Agência Reuters mapeia os casos da Coréia do Sul com base nos dados do Ministério da Saúde do país (https://graphics.reuters.com/CHINA-HEALTH-SOUTHKOREA-CLUSTERS/0100B5G33SB/index.html)
[14] Em entrevista, o ministro da saúde apresentou as medidas de isolamento tomadas em coordenação pelo poder público (https://time.com/5830594/south-korea-covid19-coronavirus/). As aulas voltaram no dia 20 de maio com muito cuidado com medição de temperatura e exames em suspeitos. Dois alunos no bairro de Incheon em Seul testaram positivo nesse retorno e as autoridades fecharam 66 escolas no bairro que permanecerão sem atividades no momento (https://time.com/5839320/south-korea-schools-reopen-coronavirus/)
[15] Após a orientação do prefeito de Daegu para que as pessoas ficassem em casa depois de identificados os primeiros 90 casos, a cidade ficou deserta. (https://www.reuters.com/article/us-china-health-southkorea-cases/like-a-zombie-apocalypse-residents-on-edge-as-coronavirus-cases-surge-in-south-korea-idUSKBN20E04F)
[16] Os benefícios do uso de máscaras foi tratado em um texto do blog que pode ser acessado no link: http://www.blogambientedenegocios-es.com.br/responsabilidade-social-e-o-uso-de-mascaras-em-meio-a-pandemia-do-covid-19-entenda-a-importancia/
[17] https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2020/03/30/oms-reforca-que-medidas-de-isolamento-social-sao-a-melhor-alternativa-contra-o-coronavirus.ghtml
[18] De acordo com o Instituto Butantã, a imunidade de rebanho é atingida quando 95% da população tem anticorpos contra um determinado patógeno. Isso pode ocorrer tanto por uma disseminação em massa da doença quanto pela vacinação. Ainda para o caso da COVID-19 não é possível saber se a imunidade adquirida é duradoura para toda a vida do paciente, já que a doença está presente a menos de seis meses no mundo.
(http://coronavirus.butantan.gov.br/ultimas-noticias/o-que-e-imunidade-de-rebanho). O número de casos no mundo convive com uma grande subnotificação, contudo, mesmo as pesquisas atuais de testagem aleatória mostram que a maioria da população ainda não teve contato com o vírus. Vide o estudo sueco (https://oglobo.globo.com/sociedade/coronavirus/suecia-se-torna-pais-com-maior-mortalidade-por-covid-19-ve-imunidade-de-rebanho-ainda-distante-24437362) e o estudo para Nova York (https://newyork.cbslocal.com/2020/04/27/coronavirus-antibodies-present-in-nearly-25-of-all-nyc-residents/).
[19] Os dados para testes podem ser vistos na página: https://www.worldometers.info/coronavirus/. Em valores brutos, o Brasil já testou quase 872 mil pessoas e estaria entre Peru e Venezuela. Esse valor ainda está muito distante dos 47 milhões estipulados pelo Ministério da Saúde brasileiro a ser atingida até o final de 2020. ( https://saude.estadao.com.br/noticias/geral,ministerio-da-saude-admite-que-quantidade-de-testes-para-coronavirus-feita-no-brasil-nao-e-ideal,70003315597).
[20] Nos dias 19 e 20 de maio, a Alemanha registrou 1.227 e 970 casos respectivamente. Esses valores destoam na semana que foram coletados, mas, ainda não podem ser encarados como início de uma segunda onda.
[21] https://www.vox.com/2020/5/1/21239638/germany-coronavirus-lockdown-reopening-merkel
[22] https://en.yna.co.kr/view/AEN20200510001254320
[23] O caso do Vietnã é muito interessante, pois o país conseguiu controlar o Novo Coronavírus com um sistema de saúde precário em um país com mais de 95 milhões de habitantes e uma proximidade física e comercial considerável com a China. Como mostra a reportagem da BBC, esse sucesso pode ser atribuído a uma quarentena agressiva, programas de conscientização da população e aprendizados advindos da epidemia da SARS em 2002. (https://www.bbc.com/portuguese/internacional-52584143)
[24] A América do Sul como novo epicentro da pandemia no mundo:  https://www.bbc.com/portuguese/brasil-52732620
[25] A América do Sul apresenta um padrão de difusão da pandemia bastante heterogêneo entre os seus países. Com base nos casos diários da John Hopkins University, pode-se dizer que Brasil, Peru e Chile são os países que apresentam maior preocupação no atual momento. O Equador já teve um primeiro surto controlado, mas ainda traz preocupação. Argentina, Colômbia e Bolívia parecem estar lidando bem com a pandemia, mas, merecem um pouco de atenção dado as variações na última semana. Por fim, Paraguai, Uruguai e Venezuela ainda estão com poucos casos e trazem menos preocupações. Cabe, no entanto, ressaltar que todos os países da região adotaram medidas de distanciamento social.
[26] A definição de doenças negligenciadas e a relação das mesmas pode ser encontrada no portal da Fiocruz: https://agencia.fiocruz.br/doen%C3%A7as-negligenciadas
[27] O livro Formação da comunidade científica no Brasil de Simon Schwartzman de 1979 já apresentava como a saúde pública e a genética foram ciências presentes desde o início do pensamento científico no Brasil.
[28] https://time.com/5830   594/south-korea-covid19-coronavirus/

Lucas Araújo é Economista, doutor pela UFF e analista do Ideies

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1 Comment on "O que podemos aprender com as estratégias da Coreia do Sul de combate à pandemia?"

  1. devemos seguilas e na minha opiniao e melhor um desconforto inicial com a economia e um surto temporario do que levar esse problema adiante

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